terça-feira, setembro 27, 2005

O Instituto

Num país de Institutos e Fundações, onde cada área tem o seu, uns com mais ou menos utilidade, e muitos deles com objectivos decerto bem mais financeiros que filantropos, surge (finalmente) o ISH.
O que é o ISH perguntam vocês e bem. Instituto de Salvação dos Homens. Isso mesmo, para aqueles que precisam de salvação, para aqueles que, de acordo com o seu fundador estão irritados com a cultura perversa que está a ser transmitida às crianças em vários programas de televisão nos quais os homossexuais são as figuras principais. E quem melhor para ser o Pai desta ideia senão Zézé Camarinha? Esse macho latino da Praia da Rocha? Esse D. Juan algarvio?
Pois é, hoje li que Zézé vai mesmo para a frente com esta ideia, e já começou a angariar sócios com vista à legalização do Instituto. Zezé Camarinha lamenta que muitas mulheres, nos dias de hoje, cheguem a casa e encontrem os seus homens com um parceiro na cama. Outras passam meses sem ter relações sexuais. Há muita gente infeliz e desesperada por este tipo de situações e o Instituto de Salvação dos Homens – que tem registado uma grande aceitação entre as mulheres – pretende dar respostas, através de acompanhamento médico e psicológico e outro tipo de ajudas.
Calma, não se ponham já a perguntar onde podem ir comprar o kit de sócio, porque este Instituto tanto tem de absurdo como de selecto: Cada aspirante a sócio tem de se fazer acompanhar com uma certidão médica que comprove que nunca foram penetrados no ânus. Segundo as palavras do mentor da ideia não queremos infiltrados...
Portanto caro leitor, descanse, se nunca foi penetrado no ânus, a sua entrada está garantida, ou como diria Zézé, it's a beef of cake. Mais nada.

domingo, setembro 25, 2005

Contra-Natura

Será tão difícil para alguém dar-se conta que está a circular em contra mão numa auto-estrada? Não achará estranho ter de fazer a curva do nó de acesso completamente baldado? Ou quiça estranhar o facto das portagens estarem ao contrário? Seria engano do construtor? Pois claro, neste país não há fiscalização, é tudo à balda... Mesmo que não ache estranho todas estas ocorrências, que dizer dos outros carros que, do lado de lá do separador de betão rolam alegremente, pasme-se, na mesma direcção? Ou de carros que supostamente estão a vir, na mesma faixa, mas numa rota de adivinhada colisão?
Hoje li que ontem uma senhora entrou em contra-mão na AE do Sul, percorreu 8 Kms até embater num outro carro que vinha na calma e no sossego. Morreu.
Por muito más que sejam as nossas estradas, e por muito deficiente que seja a sinalização, há casos em que a imbecilidade ou simples falta de atenção conta muito.
Ele há enganos do tamanho do mundo, há outros que têm apenas 8 Kms.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Olha o avião!

Raios partam o tipo da cadeira ao lado. Sim, raios o partam! Abomino esta gente que vem para o cinema comer pipocas. Não basta o cheiro como temos de levar com aquele barulho crocante de baratas mastigadas, que nem o Dolby XPTO Pro Logic com DTS da Lucas Arts abafa. Remexer o balde à procura do quê? Do prémio? Lamento, mas não há prémio, quanto muito a consolação de chatear o juízo aos outros que não estão a comer e que até gostavam de ver o filme calmamente em silêncio. Aquele silêncio interrompido apenas pelo tocar de um atrevido telemóvel...
Para aqueles que acham que bom mesmo era ver cinema durante um vôo, lamento informar-vos mas a vossa paz está perto do fim. Esse local sagrado, quase santificado, que era um avião, vai brevemente deixar de ser imaculado. Hoje li que a TAP, a nossa ex-Transportes Aéreos Portugueses, ex-TAP Air Portugal e hoje simplesmente TAP Portugal, foi escolhida como a primeira companhia aérea onde o uso de telemóvel in flight vai ser testado.
Com as interferências que sabemos existirem entre os ditos aparelhos e os outros da cabina, vamos ver se não será também a última... Ah pois é.

quarta-feira, setembro 21, 2005

Ó Mãe, Ó Mãe, O Vizinho Bateu-me....

Para aqueles que ainda consideram Portugal um pais sub-desenvolvido, que ainda não viram que temos o maior Bolo-Rei e a maior feijoada da história, começa hoje uma nova etapa. Acabámos de inventar as manifestações-das-mulheres-daqueles-que-não-se-podem-manifestar, ou, por outras palavras vai lá tu que eu estou a ver a bola e a cerveja inda fica choca e se a minha equipa perde vai dar molho e assim não estás em casa pra me ouvir.
Hoje (acho eu que é hoje, já ando a ouvir isto há tanto tempo...) as mulheres dos militares vão-se manifestar contra a perca de regalias dos maridos. Para aqueles que não estão a perceber, é assim como o puto que chega a casa e faz queixinhas à mãe porque o amigo o magoou, e lá vai a expedita senhora fazer frente ao imberbe petiz... Pois aqui é a mesma coisa, uma horde de donas-de-casa-casadas-com-militares que vão ralhar com o governo porque este quer tirar meia-duzia de benefícios aos maridos.
Agora pergunto eu? E as amantes? Para aqueles militares que as têm? Não se poderão, aliás, não deverão também se manifestar? E os militares homosexuais? Ou aqueles que por alguma razão não têm (ou não querem ter) mulheres? Ficam sem representação?
Nasceu hoje em Portugal um novo conceito de manifestantes: Os cônjuges. Legítimos ou ilegítimos. O Sindicato das Esposas e Amantes dos Trabalhadores da Indústria do Ferro, a Associação Socio-Profissional das Caras-Metade da Polícia...
Mandem as mulheres regatear e deixem-se ficar em casa no quentinho. Até acho que dão chuva para hoje...

quarta-feira, setembro 14, 2005

Se bem me lembro...

Para aqueles que ainda não sabiam, hoje li que vai haver um mega-hiper-grandioso concerto, em Dezembro, no Pavilhão Atlântico. Até aqui, tudo normal, pois aquele espaço foi desenhado para isso mesmo, um espaço para mega-hiper-grandiosos concertos.
O que torna este concerto mega-hiper-grandioso é o cartaz: Nada mais nada menos que Boney M e Village People.
Sim, Boney M e Village People. Já não vieram cá este ano os Beach Boys? E o Elvis não pode por compromissos inadiáveis. Um concerto a recordar o tempo da Disco Music, do eterno clássico YMCA e dos Rios da Babilónia. Num ano em que o Soares se candidata (novamente) à presidência, porque não Disco Music? Porque não recordar a Canada Dry, Carbo Sidral e Fruto Real? O tabaco Sporting, Porto, Provisórios e Definitivos? E Kentuckys para os menos abonados...
Venha de volta o Vasco Granja e o Eng. Sousa Veloso e, se bem me lembro, o Vitorino Nemésio. Volta Eládio Clímaco, o Festival da Canção é teu outra vez!
Vamos reavivar os anos 70 e 80... Vamos reavivar a memória de um Benfica verdadeiramente campeão!!
Ooops, ou muito me engano, ou não devia ter dito isto.....

domingo, setembro 11, 2005

O Tarzan da Margem Sul

Li que morreu Tarzan Taborda, o Tesoura Voadora. Para muitos de vocês, o nome nem deve dizer muito. Era apenas um dos melhores lutadores de luta-livre do mundo. Nos seus anos de glória levava milhares aos recintos desportivos. Não os míseros milhares que hoje vão aos estádios, mas sim uns valentes milhares que corriam aos magotes, entusiasmados com a hipótese de, por esse mundo fora, ver aquele que era, nos anos 60 um ícone do país (a par do Benfica de Eusébio e o Sporting dos 5 violinos).
Aqueles que, como eu, nasceram depois dessa euforia, lembram-se certamente dele na RTP, nos anos 90, religiosamente aos sábados de manhã a comentar os combates da WWF americana, um recordar do passado de glórias. Quem não se lembra da sua passagem pelo Parabéns de Herman José e da sua confissão sobre o segredo da (única) vitória do Sporting na Taça UEFA? Os mais devotos lembrar-se-ão da oferta de 10.000 contos que fez a quem o derrotasse em 10 modalidades diferentes.
Aos 78 anos, apenas a morte o derrotou. 1, 2... 3.
PS: Para aqueles que não sabem, Tarzan Taborda "confessou" que levou toda a equipa do SCP de então às prostitutas, na véspera da final. Pelos vistos, correu bem...

quarta-feira, setembro 07, 2005

Para Quando? - Parte II

Na feira vendem-se cópias de ténis Puma. Para quando falsificações dos Sanjo, esse ícone dos anos 80?

sábado, setembro 03, 2005

Katrina & the Waves, ou a América que não se vê nos filmes

Não é um cenário em Holywood ou uns quaisquer efeitos especiais da Industrial Light & Magic, mas sim, e seguramente, uma das maiores catástrofes naturais de que há memória, mesmo contando com o recente tsunami.
A passagem do Katrina (que, como qualquer mulher zangada, chega de repente e nos deixa sem nada) pôs a nú não só as fragilidades da humanidade em relação à Natureza, mas também uma América que não se vê nos filmes, uma parte da América que, também pelas suas raízes é uma América pobre, uma América racialmente dividida.
Onde está a América que nos habituámos a ver tão organizada? A mesma América que sobrevive a invasões alienígenas e a degelos Árticos? Onde estão aquelas salas imaculadas, com gente impecavelmente fardada e organizada que, com a ajuda de meia dúzia de trabalhadores de uma qualquer plataforma petrolífera no Golfo do México, salvaram a humanidade de um cometa em direcção à Terra?
Pois, a realidade sempre foi outra, a verdade sempre foi madrasta e cruel. Et Pluribus Unum, o lema nacional desde a sua fundação em 1776 será certamente a mais apropriada das frases nesta altura. Uma altura de reconstrução, uma altura em que se que se tem de fazer De muitos, um.



Open Arms
By Journey
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